28 agosto, 2009

CIBERNETICAMARÁ!

Fuçando no ambiente do ciberespaço, me deparei com trechos de músicas cuja temática é a rede mundial de computadores e as tecnologicas da informação incorporadas em nossas vidas cotidianas. Cantatadas por muitos artistas brasileiros, ora com ar ameaçador e temível, ora misturados ao dia-a-dia como foi o rádio e a TV, uma delas é do Patu Fu que nos diz assim:
“Quem mexe com internet
Fica bom em quase tudo
Quem tem computador
nem precisa de estudo".

Tem aquela do Gilberto Gil:
Certo é que o sertão quer virar mar
Certo é que o sertão quer navegar
No micro do menino internetinho
Diabo de menino internetinho
Sozinho vai descobrindo o caminho
O rádio fez assim com seu avô”.

E eis que a Internet influencia nossas vidas. O Zeca Baleiro também cantou
“se o homem já foi à Lua/ vai pegar o sol com a mão/ Basta comprar um PC/ E aprender o abc da informatização”.

E quem se lembra da canção “ PERDIDOS NO ESPAÇO” da Legião Urbana?
Uma atual do Seu Jorge:
“Ela disse que me ama
Disse que me adora
Disse que me quer
Diz que quer morar comigo
Que sai da igreja
E aceita o candomblé(...)
Ela vem com essa
E eu nem a conheço pessoalmente
Só no chat/Só na net/Só na mente”.

E pra fechar o Lulu Santos já cantava:
“Há uma certa urgência
(...)
Instalei uma antena
E lancei um sinal
Há nada no radar
Procuro no dial...
Aviso aos navegantes
Tem mais alguém aí?
Só ouço o som da minha/
Própria voz a repetir...
S.O.S. Solidão!"

Navegar no ciberespaço

O texto de Lucia Santaella, “Navegar no ciberespaço: o perfil cognitivo do leitor imersivo” volta-se para as novas formas de percepção e cognição frente aos atuais suportes eletrônicos e a pergunta recai sobre as novas disposições, habilidades e competências de leitura que estão aparecendo e para dar conta desse debate, a autora, utilizando os métodos comparativo e classificatório, cria três tipos de leitores e nos explica que há leitores para imagens, desenhos, pinturas, textos, gravuras, fotografias, etc, etc, etc, o leitor da cidade, da míriade de signos, símbolos e sinais que explodem cotidianamente nas cidades modernas. Recentemente tenho estudado alguns materiais na área do Ensino de História e me deparado com a tarefa de preparar as crianças e os jovens para a leitura dessa multiplicidade de suportes gráficos. Historiadores, semiologistas, artistas, comunicólogos e outros adeptos à esse campo de estudos estão cada vez mais arejando suas mentes para o debate a cerca do tema. Ver o filme “Medieval Help Desk” foi algo satisfatório pois, além de ser muito engraçado (é claro, pra nossa cultura de letrados!) é sugestivo para pensar no primeiro tipo descrito pela autora, o leitor contemplativo, mediativo. O segundo tipo, leitor movente, fragmentado é descrito como originário da Revolução Industrial e não é pra menos que a identidade do homem moderno se desconstrói em uma multiplicidae infinita de imagens que o impulsiona a consumir e ser consumido. Além de ajudarem a vender mercadorias, as imagens também são mercadorias. Esse fetiche da imagem impele o homem das grandes cidades a conviver com o imediatismo, com a troca veloz de imagens e contatos sociais. O último tipo, o leitor imersivo e da era virtual, cuja subjetividade explode em múltiplas dimensões, tem suas características cognitivas pouco exploradas. Assim, a autora finaliza seu texto nos lembrando que o ciberespaço envolve transformações sensorias, perceptivas e cognitivas que trazem transformações também na formação da sensibilidade física, mental e corporal.

21 agosto, 2009

Duas faces da tecnologia

Esse estranho objeto cultural
nada mais do que tecnologia
Atravessa ­nos como uma “flecha do tempo”
pra alguns conquistas, pra outros agonias!

O lendário Janus, rei do Lácio
com uma das faces voltada para o futuro
vê um homem aper feiçoado
em que tudo o que produz é pro seu consumo!

A outra face de Janus olha o Vale do Silício
e desse lado ve-­se o seu passado
e ao tentar prever surpresas
são nos mistérios que encontra o seu achado

Como Janus, a informática
apresenta à humanidade suas faces
ou a da espécie humana almejada
ou a dos robôs sem identidades!

Um homem mergulhado em dígitos
registro de nascimento,
cédula de identidade,
matrícula na escola,
título de eleitor,
código de bancos,
número de telefones,
código previdenciário,
cadastro de pessoa física
senhas...senhas...senhas...