29 agosto, 2010

Espetacularização da vida privada no show de Trumam

O mundo já possui o sonho de um tempo. Para vivê-lo de fato, deve agora possuir consciência dele. Guy Debord. A sociedade do espetáculo (1997).

The Truman Show, EUA, 1998, dirigido por Peter Weir e estrelado por Jim Carrey no papel do pacato corretor de seguros, Truman Burbank que, sem notar absolutamente nada, vive um reality show permanente desde seu nascimento até a busca pela verdade sobre a sua existência. Todos os seus familiares, sua esposa, seus amigos e colegas de trabalho assim como os demais habitantes da cidade fazem parte de um grande elenco. O grande cenário representado por uma ilha chamanda Seahaven em que as câmaras e os milhões de telespectadores acompanham diariamente a vida de Truman de um dos maiores estúdios já construídos para o espetáculo ao vivo.

Na abertura do show de Truman, Meryl, esposa de Truman, Meryl diz desconfiar que haja uma distinção entre vida pública e privada traçando assim passos curtos em direção ao interesse da audiência que se interessa tanto pela vida do outro. Como um rato de laboratório, Truman é observado cotidianamente, sem direito algum de privacidade. A publicidade apresentada dentro do show de Truman, está integrada ao cotidiano dos habitantes de Seahaven, e todos os produtos consumidos na SimCity de Truman, estão à venda no Catálogo Truman, fazendo do show um grande canal de venda e de Truman, um garoto-propaganda ignorante de sua própria condição. 

O show de Trumam é um retrato absurdo do alto grau de espetacularização em que vive a sociedade contemporânea.

22 agosto, 2010

TELEALIENAÇÃO

MÍDIA E PODER

O cineasta grego, Constantin Costa Gravas, MAD CITY, traduzido no Brasil por QUARTO PODER narra a história de um réporter de televisão Max Breckett interpretado por Dustin Hoffman e Sam Baily, ex-funcionário de um museu, interpretado por John Travolta. Trancado no banheiro do museu, Breckett assiste à invasão do museu pelo ex-funcionário que só queria reaver seu emprego. Baily faz das crianças seus reféns e Breckett vendo que não poderia perder a oporunidade de cobrir uma matéria exclusiva, faz contatos com a emissora que trabalhava e pouco depois, milhares de repórteres de outras emissoras estavam prostadas diante do museu para cobrir també a matéria. O repórter oferece ajuda a Baily prometendo limpar sua reputação diante da opinião pública desde que pudesse cobrir a matéria e assim provar sua inocência.
O jogo de emoções travado entre o repórter e o ex-funcionário alimenta os programas das redes de Tv que cobrem o fato e assim a opinião pública é guiada ora pelas imagens positivas de Baily ficando dos seu lado, ora se mostram contrários quando as mesmas divulgavam, a partir de entrevistas e imagens construídas para tal fim. Sem muita ética jornalística em informar a verdade dos fatos, Breckett manipula Baily e ntão é revelada relações explosivas entre o jornalismo e o show business. Vale tudo no jogo das audiências: é ganhar ou ganhar!!!!
Notadamente, a televisão como um dos meios de comunicação de massa, constitui-se como um dos instrumentos da atualidade que tem o poder de persuadir e manipular a opinião pública de tal forma que não há nenhum outro instrumento midiático que transforma a sociedade civil em sociedade incapazes de emitir suas próprias opiniões. No documentário Além do cidadão Kane, produzido pela BBC de Londres e proibido no Brasil por decisão judicial, a Rede Globo de telealienação, orgulhosa do fato de ser a mais poderosa rede de televisão do país exibe seu poder reforçado por imagens maravilhosas e repetitivas para deleite de seus telespectadores. O domínio crescente da TV Globo na imprensa brasileira envolveu contratos ilegais e tudo o que estivesse ao seu alcance para manter seus interesses, até mesmo a corrupção.